Os constantes e crescentes aumentos do preço dos combustíveis no mundo, tem vindo a dificultar o modo de vida das populações. As crises económicas- financeiras e os conflitos políticos e sociais vêm agravando cada vez mais os problemas de produção e fornecimento dos combustíveis.
A par desses problemas também estão os ambientais que a cada ano vêm agravando com reflexos nas catástrofes naturais em todo o mundo. Essas questões ambientais têm vindo a ser alvos de debates e opiniões divergentes. Por um lado, existem os países que não estão preocupados com as questões ecológicas, interessando-os apenas os económicos e, por outro lado, temos as organizações ambientalistas que defendem a introdução de soluções ambientais racionais e renováveis para precaver e racionalizar o petróleo.
Ora, os combustíveis actualmente são a fonte da nossa vida, é com ela que contamos para podermos nos deslocar de carro até ao trabalho, em viagem, transporte, etc. Também os combustíveis são utilizados para produção de energias eléctricas que são fundamentais para o nosso dia-a-dia. A verdade é que nos últimos anos, com o aumento da população mundial, o consumo aumentou, e por ser um recurso escasso, tem vindo a reflectir num aumento inconsciente e consequentemente dificultando as nossas vidas.
As soluções para esse problema, tem sido na aposta de medidas e tecnologias que visam aproveitar aquilo que é um agravante para torná-la em oportunidade mais limpas, renováveis e amigas do ambiente.
As soluções são várias em vastas aéreas, nomeadamente na reciclagem e reutilização de papel, plástico, vidros, latas, etc. A nível dos combustíveis estudos demonstram que a solução para precaver e racionalizar os combustíveis passa essencialmente pela produção de biocombustiveis que para além de serem mais baratas são reaproveitadas a 100%.
O biocombustivel constitui na produção de combustíveis através de plantas com alto teor de óleos ecologicamente limpas. Por outro lado, estudos demonstram que também, a produção de biodiesel pode ser feita através de reaproveitamento de óleos alimentares usados.
No caso de Cabo Verde, existem condições para a utilização de óleos alimentares usados para a produção de biodiesel constituindo numa primeira fase como a mais ideal, visto que o país é um dos pontos de referencia para o turismo e cujo aumento de hotéis e restaurantes (que são na maior parte, as que mais utilizam óleos alimentares através de frituras) vem sido concretizada a cada ano.
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde) do ano 2000 a 2007, o número de estabelecimentos de alojamentos aumentou em cerca de 70%. Isso demonstra claramente que tem vindo a existir um forte alargamento de investimentos no sector turístico.
A Biodiesel Cabo Verde, Lda, pretende com isso ter como o seu principal “cor bussiness” a reutilização desses óleos vegetais usados nas frituras de alimentos utilizados nos hotéis, bares, restaurantes, pousadas, enfim em alojamentos turísticos (que serão nossos fornecedores) para a produção de biodiesel numa primeira fase.
Numa fase posterior, pretende-se produzir tais biocombustiveis através de uma planta que é bastante comum nas nossas ilhas, a Jatropha Curcas, ou a purgeira cabo-verdiana. Em Cabo Verde é uma das espécies mais utilizadas na florestação das zonas áridas e semi-áridas. Existe particularmente nas ilhas de Santiago, Santo Antão, Fogo, S. Nicolau e Brava.
A expectativa à volta desta planta é grande. A nova aplicação nos biocombustíveis parece colocar em consensos ambientalistas e industriais. Ao contrário de outras oleaginosas utilizadas na produção de biodiesel, esta planta não é alimentar, e por isso não coloca o dilema entre rentabilizações alternativas. Os tipos de solos, pobres, áridos, onde se desenvolve também não são aptos para culturas alimentares. É o “petróleo verde” para países sem combustíveis fósseis. É também uma planta de crescimento rápido que não exige renovações periódicas. Mantêm-se produtivas durante 40 anos. É considerada a oleaginosa de produção mais rica, podendo proporcionar uma produção anual de óleo de 3 a 4 toneladas por hectare.
Assim, a Biodiesel Cabo Verde, Lda. pretende ser um pioneiro nesse tipo de negócio, buscando parcerias publico-privado, mas também universitárias, no sentido de haver investigações e implementações de projectos que visam adequá-la a realidade do país.